A necropolítica, termo cunhado pelo filósofo camaronês Achille Mbembe em seu ensaio “Necropolitics” (2003), descreve a política de poder de uma forma específica: o poder de decidir quem vive e quem morre. Essa teoria parte de uma crítica às formas de controle social que utilizam o abandono, a opressão e a violência como mecanismos para manter uma determinada estrutura de poder, especialmente sobre populações marginalizadas. Mbembe desenvolve o conceito a partir das ideias de Michel Foucault sobre biopoder — o controle dos corpos e da vida —, mas amplia esse conceito para abordar o que ele identifica como uma forma de “governar pela morte”.
Ao invés de garantir proteção, segurança ou bem-estar, a necropolítica revela um modelo de governo que, em algumas situações, explora o potencial de destruição e violência para definir quem será “sacrificável”. Isso pode ocorrer de várias maneiras: por meio de políticas de segurança pública que direcionam a repressão contra grupos sociais específicos, pela precarização de direitos básicos (como saúde e educação) em comunidades específicas, ou ainda por intervenções militares em territórios considerados “perigosos”. O resultado é a criação de zonas em que a morte, a insegurança e o abandono são características constantes.
Na prática, a necropolítica atua em uma lógica de segregação e exclusão. Ela cria “territórios de morte” onde a vida é desvalorizada e o Estado muitas vezes não intervém a favor da proteção dos cidadãos, mas sim para suprimir, regular e eliminar. Comunidades periféricas, favelas e populações indígenas são exemplos de grupos que, no Brasil e em várias outras partes do mundo, convivem com os efeitos de uma política que permite, por meio de omissões e ações violentas, que esses indivíduos sejam expostos a altos riscos de mortalidade.
Esse conceito se relaciona diretamente com o racismo estrutural, pois muitas dessas políticas de exclusão e violência são direcionadas a pessoas racializadas. Achille Mbembe observa que, ao longo da história, populações negras, indígenas e pobres têm sido as principais afetadas por essa dinâmica de poder. Durante a colonização e o comércio transatlântico de escravos, por exemplo, a morte e o sofrimento eram práticas sistematicamente direcionadas a populações negras. Hoje, apesar do fim oficial de práticas coloniais, a necropolítica revela a persistência de uma estrutura que ainda considera essas vidas como menos dignas de proteção.
No Brasil, um exemplo claro do exercício da necropolítica pode ser visto na atuação das forças de segurança pública em comunidades marginalizadas. Operações policiais realizadas em favelas e periferias muitas vezes resultam em um alto número de mortes, sendo que, em muitos casos, essas ações são justificadas como parte de uma “guerra contra o crime”. No entanto, essa justificativa mascara a falta de políticas públicas efetivas para resolver problemas sociais e evidencia o desprezo por essas vidas. A política de combate ao tráfico de drogas, por exemplo, transforma moradores de comunidades em “danos colaterais”, evidenciando o pouco valor atribuído a essas vidas pelo poder público.
Além disso, a necropolítica também se manifesta em políticas de saúde pública, ou na falta delas, que expõem determinadas populações a maiores riscos de morte. Em contextos de pandemia, como o da COVID-19, a distribuição desigual de vacinas e cuidados médicos deixou claro como determinados grupos sociais podem ser mais facilmente sacrificados em função da condição econômica e do acesso desigual aos recursos.
A necropolítica, portanto, não é apenas uma manifestação de violência direta, mas também um sistema de negligência e abandono. Ao decidir onde e como os recursos são aplicados, o Estado define implicitamente quem é digno de viver e quem pode ser deixado à própria sorte. A precariedade dos serviços de saneamento básico, a ausência de hospitais em locais remotos e a falta de políticas de habitação para populações em situação de rua são exemplos de necropolítica, pois indicam um planejamento que permite que certas populações fiquem à margem da sobrevivência digna.
Além da violência e do abandono, a necropolítica também utiliza o medo como forma de controle. Populações vulneráveis, ao verem a morte e o sofrimento como elementos presentes em seu cotidiano, tendem a viver em um estado constante de vigilância e medo. Esse sentimento é uma ferramenta poderosa para manter o controle, pois desmobiliza e enfraquece a possibilidade de resistência e luta por direitos. O medo de retaliações, de repressão policial e de perdas pessoais pode ser o suficiente para fazer com que essas populações aceitem sua condição sem questionamentos, o que é vantajoso para os detentores do poder.
No cenário internacional, a necropolítica pode ser observada em conflitos armados, onde países que possuem maior poder militar decidem invadir, bombardear ou intervir em outras nações sob justificativas diversas, como “combate ao terrorismo” ou “proteção de direitos humanos”. No entanto, essas intervenções frequentemente resultam em grandes perdas de vidas civis, muitas vezes de forma desproporcional, o que demonstra como a morte pode ser instrumentalizada para atender a interesses de dominação e controle geopolítico.
A reflexão sobre a necropolítica traz à tona a necessidade de questionar quem são as vozes silenciadas e as vidas negligenciadas pelas estruturas de poder. Em um contexto de desigualdades profundas, entender a necropolítica é fundamental para reconhecer que, muitas vezes, o Estado e as instituições que deveriam proteger e promover o bem-estar de todos os cidadãos estão, de fato, garantindo esse direito apenas para alguns. O conceito se revela, portanto, como uma ferramenta para desmascarar práticas de exclusão que perpetuam a injustiça social e racial, transformando determinados grupos em “sacrificáveis”.
Para superar essa realidade, é necessário repensar políticas públicas que promovam, de fato, a inclusão e o acesso igualitário a direitos fundamentais. A necropolítica desafia a sociedade a reconhecer que, enquanto algumas vidas forem vistas como descartáveis, a justiça e a democracia serão apenas ideais incompletos. Ela nos força a encarar o problema da desigualdade não apenas como uma questão econômica, mas também como uma questão de vida e morte, demandando a reconstrução de uma sociedade onde todos tenham a mesma dignidade e valor.
Necropolitica é um modelo de poder onde as autoridades possuem o direito de decidir quem vive ou quem morre,mas só é utilizado em pessoas marginalizadas.Essa lei não garante a proteção,mas sim o contrário,ela explora o potencial de violência e destruição para definir quem “vive ou morre”.Achille Mbembe criou este modelo partir de ideias de Michel forcault.
O conceito de necropolítica, proposto por Achille Mbembe, descreve o poder do Estado de definir quais vidas são valorizadas e quais podem ser descartadas, especialmente entre populações marginalizadas. Esse poder se expressa em ações e omissões que mantêm essas comunidades em situações de violência, abandono e exclusão. No Brasil, isso se evidencia em políticas de segurança pública que levam a mortes nas favelas e em desigualdades no acesso à saúde e educação. A necropolítica reflete uma estrutura de racismo e opressão, e o texto defende a necessidade de políticas que promovam igualdade e dignidade para todos, superando a visão de vidas “sacrificáveis”.
A necropolítica , è uma forma de poder bem específica nela a autoridade de decidir quem vive e quem morre.Mas como citou o Mbembe que o próprio desenvolveu o conceito a partir das ideias de Michel fourcault, essa forma de política só ocorre com pessoas marginalizadas, ao invés de garantir proteção e segurança a necropolítica tem um modelo de governo que explora o potencial de destruição e violência para definir quem è “sacrificável “.
Necropolítica descreve que a política é quem tem o poder de quem vive e quem morre. E ao invés de garantir a proteção, segurança ou bem-estar, a necropolítica revela um modelo de governo que, em algumas situações, explora o potencial de destruição e violência para definir quem será ” sacrificável “. A necropolítica traz ao longo da história sobre populações negras, indígenas e pobres que podem ter sido afetadas por essa dinâmica de poder. Muitas Operações policiais são realizadas em favelas e muitas vezes em periferias que resultam em muitos números de altas mortes e esses casos são justificados como parte de uma ” guerra contra o crime ” . Também a política ao combate de muitos tráficos de drogas, por exemplo, transformar os moradores em ” danos colaterais ” , que o pouco valor atribuído a essas vidas pelo poder público. A necropolítica é um sistema de negligência e abandono, mas também é onde decide onde os recursos são aplicados e também quem define isso é o estado é quem define quem é digno de viver e quem pode ser deixado à própria sorte . E também além da violência e do abandono a necropolítica também utiliza o medo como forma de controle. Quando a população vê algum sofrimento como elementos presentes em seu cotidiano, tendem a viver em um estado de vigilância e medo. O Estado também protege e promove o bem-estar de alguns cidadão não é todos que têm esse direito são apenas alguns . A necropolítica vai desafiar a sociedade para reconhecer que , enquanto algumas vidas não forem vistas , elas serão descartáveis, a justiça é a democracia elas serão apenas ideias incompletos . E que não é apenas uma questão econômica, mas também é uma questão de vida e morte, demandando a reconstrução de uma sociedade onde todas as pessoas tenham a mesma dignidade e valor.
O texto apresenta uma análise profunda sobre o conceito de necropolítica, descrevendo a política como o poder de decidir quem vive e quem morre. Ao comparar a teoria de Achille Mbembe com exemplos práticos, como a violência nas favelas e a má distribuição de recursos em crises, o texto destaca as exclusões sociais e raciais. É uma reflexão que nos convida a enfrentar a desumanização da sociedade e a buscar formas de reverter essa logica, insentivando uma sociedade mais justa e igualitária
No texto, o filósofo Achille Mbembe,deixa claro sua visão da política, que ele nomeia de “necropolítica”, ou seja, “o poder de decidir quem vive e quem morre”. Essa política não se limita a usar apenas a violência contra minorias, mas também o medo, como o da polícia em regiões periféricas. Além disso, essa política é muito frequente, principalmente em países com governos autoritários. É crucial lutarmos por melhores condições públicas para combater esse tipo de política.
A necropolítica que também pode ser chamado de política da morte,é muito presente no Brasil,que pode ser visto claramente nas ações policiais nas comunidades e periferias que na maioria das vezes com ocasiona vários números de mortes , morte de criminosos e de pessoas inocentes. Há várias justificativa para isso , porém nenhuma consegue esconder a falta de preparo para resolver sem a violência.
A necropolítica que na maioria das vezes e chamada de política da morte, e o poder que decide quem vive e quem morre, um governo que ao invés de garantir segurança e saúde muitas vezes explora o potencial de destruição e violência para definir quem será “sacrificável”. Um governo que diminui e oprimi as pessoas marginalizadas ou regiões mais pobres, as vezes também não se importando com o quê acontece nessas regiões.
A necropolítica, termo cunhado pelo filósofo camaronês Achille Mbembe em seu ensaio “Necropolitics” (2003), ela crítica às formas de controle social que utilizam o abandono, a opressão e a violência como mecanismos para manter uma determinada estrutura de poder, especialmente sobre populações marginalizadas. Um exemplo são operações policiais realizadas em favelas e periferias, que resultam em várias mortes desnecessárias com a desculpa de “combate ao crime”. Essa reflexão traz necessidade de ouvirmos ao vozes silenciadas que são vítimas desse tipo de caso, por isso é necessário repensar essas políticas que deviam trazer benefícios a todos igualmente, mas que na realidade, é completamente diferente.